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domingo, 20 de fevereiro de 2011

Ford Maverick

                                                                                                                                                   História
Conheça a história do automóvel que marcou uma
época e se tornou referência nacional.



No início dos anos 70, a Ford do Brasil, que havia incorporado recentemente a Willys, possuía no segmento de carros médios – padrão família – apenas os antiquados Aero e o pequeno Corcel, que não conseguiam fazer frente aos concorrentes de mercado.

A solução encontrada foi tentar aproveitar algum projeto já existente, para que os custos fossem baixos, e entre as opções encontradas, os ecolhidos eram o Ford Taunus, montado na Alemanha e o Ford Maverick, fabricado nos EUA. Algumas clínicas de opinião com potenciais consumidores foram realizadas, tendo sido vencedor o modelo Taunus. Porém, percebeu-se que o motor planejado para equipar o novo carro, o Willys de 6 cilindros não cabia no compartimento. Para agravar a situação, a fábrica de motores da FORD na cidade de Taubaté/SP só ficaria pronta em 1975. Desta forma, a opção foi mudar o carro escolhido e o Maverick foi definido como a opção para ser o novo Ford brasileiro.

Lançado em Maio de 1973, sob o entusiasta slogan “A fórmula Ford contra a rotina”, o Maverick estreou no mercado com o conhecido motor Willys de 6 cilindros além do desejado motor V8, que gerou espera de até 12 meses pelo esportivo modelo GT.

Um fator externo foi determinante na trajetória do Maverick, a crise mundial de petróleo, que elevou sensivelmente os preços dos combustíveis e gerando até a escassez do produto. Este acontecimento fez com que as vendas de veículos grandes, pesados e com consumo elevado de combustível deixassem de ter interesse no consumidor.

Em 1975, com a inauguração da fábrica de motores, é lançada a versão equipada com o novo motor de 4 cilindros, que prometia consumo mais brando e assim, poderia oferecer mais uma opção de motorização, ampliando a linha de veículos e as opções aos consumidores.

As versões de acabamento oferecidas inicialmente eram a STD (standard), a SL (super luxo) e a GT (gran turismo), esta última, representando o veículo esportivo. Além das opções de motores, também existiam as opções de carrocerias, que podiam ser Cupê (2 portas) ou Sedan (4 portas); exceto para o GT, que sempre foi Cupê.

Em 1977, com vendas baixas, a Ford promoveu uma série de mudanças, alterando padrões de acabamento e de detalhes estéticos, tanto externos quanto internos. Surgiu a versão LDO (luxuosa decoração opcional), que possuía inúmeros itens de conforto mecânico e de acabamento, como câmbio automático, ar quente, direção hidráulica e motor V8. Externamente, as mudanças neste ano foram novas grades, emblemas frontais, frisos diferentes e um novo conjunto de lanternas traseiras, maiores e com três divisões. O modelo GT recebeu nova padronagem de faixas decorativas e as falsas entradas de ar no capô.

Em Abril de 1979, não sustentando mais a queda nas vendas e com o lançamento do Ford Corcel II que tinha o mesmo público-alvo, o Maverick saiu de linha, após terem sido fabricados 108.106 veículos em todas as versões e modelos.



- Modelos :

                                       
                                        4 Cilindros


Lançado em Maio de 1975, com o objetivo de salvar a imagem do veículo devido à fama de beberrão e em plena crise mundial de petróleo, o novo motor de 4 cilindros e 2.300 cm3 que rende 99 CV; prometia dar vida nova ao modelo, que apenas dois anos após seu lançamento, apresentava sinais de cansaço com vendas pouco expressivas. O novo motor de 4 cilindros apresentava os seguintes resultados, tomando como base um modelo Cupê STD:
0 - 100 Km/h : 16 seg.
Velocidade Máxima : 155 Km/h
Consumo : 8 Km/litro

Estes números eram suficientes para que o Maverick voltasse à briga no mercado, pois seus concorrentes não apresentavam resultados melhores.

                                     6 Cilindros

Foi o primeiro Maverick produzido que era equipado com o motor herdado do Aero-Willys. Devido à nova configuração do carro, o último cilindro costumava “explodir” durante os testes de adaptação deste motor à carroceria. A solução ideal era fundir um novo bloco para que o problema de refrigeração fosse corrigido, mas isso geraria um custo muito alto. Então, uma pequena mangueira externa foi instalada e fez com que a circulação da água fosse mais eficiente para o último cilindro.

O motor de 6 cilindros, que gerava 3.000 cm3 e rendia 112 CV, apresentava os seguintes resultados, tomando como base um modelo Cupê STD:
0 - 100 Km/h : 20 seg.
Velocidade Máxima : 150 Km/h
Consumo : 7 Km/litro

                            GT V8


Um verdadeiro esportivo, com força e dirigibilidade inigualáveis.

Aspecto externo com faixas decorativas e internamente com detalhes únicos, como o mais famoso e charmoso opcional, o conta-giros instalado em cima da coluna de direção. Além disso, era o único modelo que possuía as garras do capô (73-76) e as falsas entradas de ar (77-79), além do faróis de milha instalados à frente da grade dianteira. Outra característica exclusiva dos GT eram os aros dos faróis com pintura na cor preta e as faixas decorativas laterais, traseiras e no capô em cor preto fosco.

O motor de 8 cilindros apresentava os seguintes resultados:
0 - 100 Km/h : 11,5 seg.
Velocidade Máxima : 190 Km/h
Consumo : 6 Km/litro

                           Perua


Foi idealizado para fazer diferença no segmento de peruas grandes, destinadas ao público familiar, pois na época, a Ford não possuía um veículo tipo perua para o mercado de carros grandes, restando a tarefa de tentar agradar a este segmento de público, com a perua de tamanho médio, a Belina.

O concessionário Ford, Souza Ramos, por meio de sua empresa, a SR Veículos, que fazia transformações em caminhonetes F-100, surgiu com a novidade.

A proposta era produzir em série uma versão perua com quatro portas, ou seja, era baseada no Maverick Sedan. Para tanto, o interessado podia encomendar uma 0 Km ou levar uma usada para ser transformada.

A proposta não vingou por questões de custo de produção e também pela ausência de garantia de fábrica. Poucas unidades foram produzidas. Não existem números exatos, mas as pesquisas realizadas indicaram um número mínimo de 100 e máximo de 216 unidades produzidas entre os anos de 1978 e 1979.

               
              Grabber



Lançado em 1969 como uma opção ao Mustang, a estratégia era para que fizesse concorrência direta com o Fusca, devido a sua excelente relação custo-benefício.

Inicialmente equipado com motor 6 cilindros, podendo ser 2.8 ou 3.3 litros, tendo o motor V8 sido oferecido apenas no ano seguinte, em 1970.

O sucesso foi tamanho que só no primeiro ano foram vendidas 578.914 unidades. O Maverick foi retirado de linha nos EUA em 1977 após terem sido fabricadas mais de 2,5 milhões de unidades.

As principais características que o diferenciam do modelo nacional são os pára-choques retráteis, que absorvem pequenos impactos, as luzes indicadoras nas saias laterais dianteiras e traseiras, além de um painel totalmente diferente, com porta-luvas baixo e bem estreito.                      

- Produção 

Ao longo de quase 7 anos de produção, o Ford Maverick acumulou um total de pouco mais de 108 mil unidades produzidas, considerando-se todas as versões de motores e de acabamento interno e externo.
Veja abaixo as quantidades produzidas, ano a ano, separadas por modelo.



Ano


Modelo


2 portas


4 portas


GT


Total


1973


16.287


602


2.081


18.970


1974


23.859


6.734


4.177


34.770


1975


17.864


2.297


998


21.159


1976


18.040


1.443


499


19.982


1977


5.278


513


1.643


7.434


1978


3.526


233


998


4.757


1979


800


57


177


1.034


Total


85.654


11.879


10.573


108.106

Como pode ser facilmente percebido, a quase totalidade da produção foi concentrada nos modelos de 2 portas (Cupê), restando apenas uma pequena parte para a carroceria 4 portas.
Os números confirmam as dificuldades enfrentadas nas vendas já no ano de 1974, praticamente no mesmo ano em que o Maverick foi lançado.
O lançamento do motor 4 cilindros em 1975 conseguiu somente manter o volume de vendas praticamente estável no ano seguinte (1976).
Nem mesmo a remodelação estética realizada em 1977 conseguiu reverter o quadro de queda nas vendas, causando o encerramento das vendas em 1979, após 108.106 unidades produzidas.
Por ter sido um carro muito alterado por jovens da época, o Ford Maverick atualmente é considerado um veículo colecionável de muito interesse, desde que mantendo os padrões de originalidade, pois retrata uma época muito importante do automobilismo nacional.
Pode parecer uma história de fracasso, mas ao contrário. É preciso lembrar que o Maverick foi imbatível nas corridas de época, chegando a ser proibido de correr em algumas categorias devido à sua superioridade, deixando pouca (ou nenhuma) chance para os demais veículos participantes.



                                                      

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